Nessa caminhada durante o deserto, nós acabamos tomando conhecimento de uma série de situações que ocorrem com alguns irmãos e irmãs, onde o cônjuge opresso é aconselhado de forma equivocada, com interpretações muito peculiares dos textos bíblicos, e que são muito perigosas para a saúde da alma, e colocam em risco a salvação.
Uma delas parte de uma verdade, a de que o Senhor Deus é fiel e justo para perdoar de todo pecado, conforme está escrito em I Jo 1.9.
Tal texto bíblico, porém, é utilizado de forma deturpada para justificar segundos casamentos em diante, na medida em que a pessoa que cometeu o adultério pede perdão a Deus, que perdoa todo pecado, e pode viver em paz com o segundo cônjuge, terceiro cônjuge, e daí em diante…
Mas, quando pensamos esse texto, essa verdade bíblica, dentro do contexto das Escrituras e não isoladamente, recebemos a revelação do Senhor na sua Palavra que se trata de uma perigosa cilada.
O perdão do Senhor é para livrar a alma do arrependido do inferno, ou para revogar sua própria palavra, sua própria lei santa?
Irmãos, vivemos no tempo da graça, e não dependemos da lei sacrificial com sangue de bodes ou de cordeiros para nos justificar, mas pensar que por isso não há a Lei do Senhor para seguir é achar desculpa para se viver no governo dos desejos próprios e da concupiscência da carne, já que tudo seria graça, Deus perdoa tudo, e no final tudo acaba superbem.
Por acaso, onde na Tábua dos 10 Mandamentos está escrito pelo próprio dedo do Senhor em tábuas de pedra “não adulterás”, não está mais registrado esse mandamento, foi revogado, foi apagado?
Não foi não.
Adultério continua sendo adultério, um pecado que é cometido de forma contínua, e que só deixa de ser cometido quando o estado de adultério cessa, e isso não ocorre simplesmente pelo pedido de perdão, mas pela cessação da prática.
Pedir perdão revoga o mandamento? Lógico que não. E isso não é ser legalista, judaizante ou coisa do gênero. É demonstrar o sentido Sagradas Escrituras
Porém, não são poucos os pastores que defendem que pedir perdão nessa situação, ainda que ignorem que ele é precedido do arrependimento e sucedido pelo abandono da prática, torna justificado o adúltero em segundo casamento (você é novo(a), Deus não quer ninguém triste, você tem o direito de reconstruir sua vida), e este toca sua vida “em paz”, mas sem deixar de praticar o ato.
Deus não revogou sua lei onde diz que não deve adulterar, e ensinar as pessoas que pedir perdão pelo pecado sem esclarecer que se deve deixar a prática é colocá-las no caminho do abismo.
Jesus disse a respeito desse tipo de orientação herética o seguinte:
Mateus 23.13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.
Os cônjuges opressos sempre vão buscar o caminho mais fácil. E não faltará quem concordará com isso, incentivará e até mesmo ajudará a fornecer “justificativas” para dar base a isso.
E nós, como está no Salmo 73, estamos sujeitos a nos sentirmos tentados a seguir caminho semelhante, ainda mais quando aparece gente declarando nossa “inocência” e consequente direito de usar daquela mesma possibilidade, e sem culpa.
Jesus já havia dito algo a respeito no sermão do monte:
Mateus 7.13-15 Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
O profeta Oséias já escrevera séculos antes que o povo do Senhor perece por falta de conhecimento.
Então, que essa mentira do diabo que engana os cônjuges opressos apenas por pouco tempo, conforme a permissão do Senhor e Seus propósitos, não seja para nós motivos de terror, de dúvida, nos levando a perder a fé nas promessas e desistir de lutar, mas confirmação de que nossa luta não é contra carne e sangue, mas sim contra principados, potestades e dominadores do mal nas regiões celestiais, e nisso, esteja nosso ânimo renovado em buscar no Senhor e somente Nele nosso socorro. Ele virá. E não é palavra de homem que impedirá o Altíssimo de cumprir a vontade Dele nas nossas vidas. Tenhamos fé e não medo.
2023-06-27